sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Manifesto dos batistas brasileitos alusivo ao acordo Brasil-Vaticano


A Convenção Batista Brasileira (CBB) vem tornar público o seu posicionamento oficial sobre o Acordo Internacional firmado, em novembro de 2008, entre o Governo brasileiro e a Santa Sé.


A Declaração Doutrinária da CBB postula que Igreja e Estado devem estar separados por serem diferentes em sua natureza, objetivos e funções. É dever do Estado garantir o pleno gozo e exercício da liberdade religiosa, sem favorecimento a qualquer grupo ou credo. O Estado deve ser leigo e a Igreja livre. Reconhecendo que o governo do Estado é de ordenação divina para o bem-estar dos cidadãos e a ordem justa da sociedade, é dever dos crentes orar pelas autoridades, bem como respeitar e obedecer às leis e honrar os poderes constituídos, exceto naquilo que se oponha à vontade e à lei de Deus.O Estado deve à Igreja a proteção da lei e a liberdade plena, no exercício do seu ministério espiritual. A Igreja deve ao Estado o reforço moral e espiritual para a lei e a ordem, bem como a proclamação clara das verdades que fundamentam a justiça e a paz.

Por isso, considerando...

1. Que a partir de quando um grupo de discípulos de Jesus Cristo foi denominado batista, os quais vêm se destacando ao longo dos séculos pela defesa intransigente da liberdade de pensamento, da ampla liberdade de crença e consciência, e, consequentemente, da separação entre Igreja e Estado;2. Que este histórico posicionamento democrático propagado pelos batistas tem influenciado positivamente o mundo ocidental, de tal forma que vários Estados e nações têm incluído estes princípios em seus documentos constitutivos, que são as constituições nacionais, inclusive em convenções internacionais;3. Que o referido Acordo Internacional, à luz da Constituição Federal, em seu artigo art. 84, inciso VIII, institui efetivamente um tratamento jurídico diferenciado entre os grupos religiosos na nação brasileira, uma vez que, em nosso sistema jurídico todas as religiões estão igualadas e são sujeitas a regulamentos, tanto por normas constitucionais, como por leis ordinárias vigentes, sendo ao Estado proibido intervir em questões religiosas, espirituais ou de fé, mas devendo normatizar e mesmo fiscalizar a atuação das igrejas e organizações religiosas, nas questões civis, associativas, trabalhistas, tributárias, criminais, administrativas, comerciais, financeiras etc, enquanto agentes atuantes na sociedade civil organizada.4. Que diversas instituições representativas da sociedade brasileira, tais como a SBPC - Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência - e, especialmente, a AMB - Associação de Magistrados Brasileiros -, tornaram públicos posicionamentos contrários ao Acordo Brasil-Vaticano, como divulgado: “A AMB ressalta que o modelo constitucional vigente instituiu a laicidade do Estado brasileiro, garantindo a liberdade religiosa a toda cidadania. O acolhimento do Acordo pelo Congresso Nacional implicará em grave retrocesso ao exercício das liberdades e à efetividade da pluralidade enquanto princípio fundamental do Estado. Rogamos que as autoridades legislativas atuem nesta questão com rigorosa conduta constitucional”. No mesmo sentido, contra a aprovação da “Concordata Católica”, pronunciaram-se diversas outras organizações religiosas e evangélicas representativas de igrejas e instituições, bem como instituições defensoras da manutenção do Estado laico em nosso país, sendo ignoradas pelos representantes do Legislativo brasileiro.

Pelo que, sustentamos...

1. Que nossa ênfase restringe-se ao foco jurídico-institucional, pois os demais grupos religiosos não possuem instituições com "status" de Estado internacional que os representem, não havendo, assim, possibilidade legal destes pactuarem acordos semelhantes, sendo que também por isso ele é inconstitucional, uma vez que rompe com o princípio da isonomia estabelecido na Constituição Federal.2. Que este Acordo Internacional se apresenta temerário, na medida em que esta “Concordata Católica” trará benefícios concretos para o clero romano, os quais não são extensivos aos demais grupos religiosos do país. 3. Que o princípio da separação entre Igreja e Estado, vigente em nosso sistema constitucional desde 1891, mantido em todas as constituições seguintes, e de forma contundente na Carta Magna de 1988, fundamenta o Estado Laico, ou seja, o Estado sem religião oficial. 4. Que, consequentemente, a conquista deste Estado sem religião oficial, em nível constitucional, apesar de todas as suas imperfeições, especialmente na inexplicável, sob o prisma da laicidade, existência dos diversos feriados religiosos, e ainda, na tolerância, que fere o princípio da separação entre Igreja e Estado, da exibição de símbolos místicos em prédios e repartições públicas, é um marco legal que não deve ser flexibilizado de forma alguma, exatamente porque ele é a garantia jurídica da convivência pacífica entre os religiosos brasileiros de todos os matizes de fé.Por isso, destacamos alguns dos pontos conflitantes do conteúdo do Acordo Brasil-Vaticano...
1. O artigo 3º reafirma a personalidade jurídica da Igreja Católica e de suas instituições, como a CNBB, dioceses, paróquias, prelazias territoriais ou pessoais, institutos religiosos, etc, estando expresso no seu parágrafo 2º que estas deverão obedecer a legislação brasileira para efeitos de criação, modificação ou extinção, reconhecendo a submissão destas ao cumprimento dos requisitos contidos no Código Civil, com relação às Igrejas e Organizações Religiosas. No artigo 6º é estabelecido que o Estado passe a colaborar na preservação do patrimônio cultural, histórico e artístico, e para tanto é claro despenderá de verbas públicas. No artigo 11, que regulamenta o ensino religioso, constituindo disciplina nos horários normais do ensino fundamental das escolas públicas de ensino fundamental. No artigo 12, que prevê que as sentenças dos tribunais eclesiásticos tenham validade jurídica em matéria matrimonial, sendo estas equiparadas, para todos os efeitos legais, às exaradas pelo Poder Judiciário pátrio.

2. Destacamos o artigo 14, o qual fixa que nos Planos Diretores das Cidades deverão ser reservados espaços destinados a fins religiosos ao culto católico, bem como o artigo 15, que trata da imunidade tributária das pessoas jurídicas eclesiásticas, sendo esta extensão do título de filantropia concedido só pelo fato de ser uma entidade católica apostólica ligada ao clero romano. No caso das demais confissões religiosas, esta permanece restrita tão somente as Igrejas, e todas as demais instituições, religiosas ou não, permanecerão necessitando enfrentar um salutar processo administrativo de comprovação de sua efetividade social, para que receba o beneplácito fiscal.

3. Ainda, no artigo 16, apresenta-se uma das grandes inovações que procuram "blindar" a Igreja Católica de Ações no Judiciário Trabalhista, pretendendo que os princípios do direito do trabalho, os quais norteiam as relações laborais, sejam ignorados no que tange aos padres e suas dioceses, bem como a religiosos e religiosas que labutam em seus respectivos institutos, aplicando-se lhes a Lei do Voluntariado, à qual não contempla a atividade religiosa.

4. Que no artigo 20 do Acordo é reiterado de forma inconstitucional um tratado internacional firmado em 1989, entre a Santa Sé e o Brasil, com relação as Forças Armadas, na qual os capelães evangélicos são chefiados por um ordinariado católico, estabelecendo um privilégio no comando da assistência religiosa nas Forças Armadas, o qual também fere o princípio da isonomia constitucional, já dentro da vigência da Carta Magna de 1988, e que até o presente momento não foi ratificado pelo Congresso Nacional, segundo propalado recentemente por parlamentares.

Desta forma, conclamamos aos Poderes da República Federativa do Brasil ...

Quer seja o Poder Executivo, na pessoa do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para que encaminhe ao Congresso Nacional documento lastreado na Constituição Federal adotando medida retificadora da mensagem alusiva ao Acordo Brasil-Vaticano, para a manutenção de um país que não tem religião oficial e, por isso, não intervém em questões de fé, espiritualidade e religiosidade do povo brasileiro.Quer seja o Poder Legislativo, através de suas casas legislativas, sobretudo o Senado Federal, para que não aprove a denominada Lei Geral de Religiões, à qual estende aos demais grupos religiosos os privilégios legais concedidos às Igrejas e Organizações Católicas Romanas. Que o Congresso Nacional, composto de parlamentares que representam a totalidade do povo brasileiro, os quais defendem diversas expressões de fé, inclusive ateus e agnósticos, encontre um efetivo instrumento legislativo para que não seja homologado o Acordo Brasil-Vaticano diante dos iminentes e concretos prejuízos que ferem o princípio da convivência pacífica de brasileiros de todos os matizes de fé, na construção de uma comunidade que tem por fundamento a dignidade da pessoa humana.Quer seja o Poder Judiciário, composto de Juízes, Desembargadores e Ministros dos Tribunais Superiores, especialmente o Supremo Tribunal Federal, o qual, em última instância jurídica, é quem vai se manifestar, numa eventual interposição de uma ADI - Ação Declaratória de Inconstitucionalidade - em face do Acordo Brasil-Vaticano, como único órgão que poderá, afinal, manter o princípio da separação constitucional entre Igreja e Estado, resguardando a laicidade do Estado brasileiro conquistado na Constituição Republicana de 1891, e mantido na Carta Política de 1988, que veda de forma objetiva, à luz do art. 19, inciso I, da CF/88, a aliança do Estado brasileiro e uma Igreja ou representante de uma religião, um dos fundamentos da República Federativa do Brasil, fruto do Estado Democrático de Direito, graças a Deus, vigente em nosso país.

Por fim, rogamos a Deus, por sua graça e misericórdia, conceda aos governantes brasileiros, em todos os níveis de atuação institucional, e em todas as esferas de poder, que através da atuação do Espírito Santo possam ser constrangidos em seus corações, na medida em que assevera a Bíblia Sagrada que devemos rogar aos Céus pelas autoridades constituídas, “[...] antes de tudo que se façam súplicas, orações, intercessões, e ações de graças [...] por todos que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida tranquila e sossegada, em toda piedade e honestidade. Pois isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador, o qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade. Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo, Jesus [...]” (1 Timóteo 2.1-5).


Pr. Dr. Josué Mello Salgado
Presidente da CBB

Pr. Dr. Sócrates Oliveira de Souza
Diretor Executivo da CBB


Fonte: Convenção Batista Brasileira /link para http://www.batistas.com/

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

OLHANDO PARA A LEI PARA OLHAR PARA A GRAÇA

O pecado é uma realidade que nos acompanha. Podemos nega-lo, como é própria de nossa cultura, que tenta nos convencer que os nossos pecados têm outros nomes: erros, equívocos, manifestações de liberdade, direitos. Podemos dourá-lo, embalando-o de uma forma que nos livre impossivelmente da culpa. Em que pesem nossos esforços, a realidade do pecado nos acompanha. É nossa condição.

No entanto -- diz-nos a Bíblia (1João 2.1), podemos não pecar. Se queremos não pecar, devemos nos empenhar em não pecar. Esse empenho começa com uma tristeza diante do pecado, chamado pelo seu nome. O empenho continua com o arrependimento, que inclui o desejo não mais pecar. O empenho prossegue com a confissão de nosso pecado. Este é o processo através do qual ficamos livres do poder do pecado.

Quando tomamos consciência de nosso pecado, estamos prontos para experimentar a graça. Na verdade, só experimentamos a graça tendo consciência do nosso pecado. Em outras palavras: só experimentamos a graça quando nos arrependemos do nosso pecado, porque "onde o pecado abundou, superabundou a graça" (Romanos 5.20).
Então, para podermos olhar para a graça (com o seu perdão), devemos olhar para a lei (com a sua condenação). Só então estaremos prontos para considerar o pecado em toda a sua seriedade e a graça com a sua liberdade.

Graça é propiciação -- diz-nos ainda a Bíblia (1João 2.2). Jesus é a propiciação pelos nossos pecados. Isto é: Jesus é a oferta pelos nossos pecados. Diante da realidade do pecado, Jesus se oferece ao Pai no lugar dos pecadores. Por isto, Ele é chamado de "Justo", uma vez que, por sua morte, fomos justificados (considerados justos).
Somos, então, convidados a parar de pecar. Cada um de nós deve olhar para a sua vida e, vendo o pecado, derramar-se em lágrimas e pedir perdão por eles e força a Deus para não mais os cometer.

Somos ainda convidados (os que não o fizemos) a aceitar a oferta de Jesus. Quando a aceitamos o sangue de Jesus na cruz por nós passa a ter o efeito de nos selar para a comunhão com Deus.


Israel Belo de Azevedo
www.prazerdapalavra.com.br

domingo, 29 de novembro de 2009

Amazônia, uma grande preocupação!

Desde minha juventude, e às voltas com os livros escolares, preocupa-me a Amazônia brasileira.
Há mais de trinta anos, ouvia notícias da presença de exploração indevida de suas florestas, de suas riquezas minerais, de sua biodiversidade, por brasileiros ambiciosos e grupos e empresas estrangeiros que até aeroportos clandestinos construíam e mantinham no coração da selva, para de lá, consta, retirar nossas riquezas.
Ouvia, por exemplo, de áreas inacessíveis a brasileiros e em que só se permitia a entrada de estrangeiros e indígenas.
Quantos planos de ocupação e defesa da Amazônia brasileira já foram discutidos, nas esferas de Governo e em ambientes acadêmicos! Parece, entretanto, que pouco se fez de concreto e realmente relevante.
A verdade nua e crua é que nossas fronteiras estão desprotegidas, as florestas continuam sendo exploradas de forma predatória, plantas e espécies animais são levadas para o Exterior e muitos dos produtos oriundos da Amazônia lá fora já são patenteados! Por outro lado, cria-se e enfatiza-se o conceito de nações indígenas, a fragilizar ou quebrar o de brasilidade ou de nação brasileira. E mais: consta que livros de geografia nas em escolas dos EUA apontam a Amazônia como região internacionalizada, e, desse modo, não mais pertencente ao território brasileiro.
As questões que aqui suscito, são as seguintes:
Que o Governo brasileiro tem a dizer sobre essa realidade?
Que o Ministério da Defesa, a comandar as três forças de terra, mar e ar, tem a informar sobre tema tão grave e de tão relevante interesse nacional?
Que posição assume o Congresso Nacional, em face dessa realidade inquietante?
Que diz o Ministério de Relações Exteriores a respeito das pretensões internacionais à Amazônia?
Ora, é geopoliticamente imperativa e urgente a ocupação da Amazônia. Não a ocupação dela por bandidos, homens e mulheres preocupados com a riqueza, com a fortuna pessoal e não com o bem comum, da nação e do mundo. Ocupação, sim, das fronteiras do Brasil, das hidrovias, dos espaços estratégicos, com bem elaborados planos de desenvolvimento sustentável.
Vêm-me à memória, para encerrar esta reflexão, duas palavras preciosas e oportunas, uma da Bíblia e outra de notável político brasileiro.
A primeira, de Deus a Josué: “Todo o lugar onde vocês puserem os pés será de vocês”. Dt 11.24 a.
E a segunda, de estadista mineiro já falecido:
“Se Deus nos deu um país tão grande, não é nossa inépcia ou negligência que hão de fazê-lo pequeno!”
Deus ilumine nossos governantes neste momento grave da história para que cuidem com diligência e efetividade de nossa Amazônia!

Por: Irland Pereira de Azevedo
http://irlandpereiradeazevedo.blogspot.com/

sábado, 28 de novembro de 2009

PESCADORES DE AQUÁRIOS

Recentemente li um texto na Internet, com o título que encima estas linhas. Já pelas primeiras linhas eu passei a esperar algo raso, mas foi pior do que eu pensava.
Pra começar, o autor anunciou no título que escreveria sobre “pescadores de aquário” e acabou escrevendo sobre “peixes” que deixam seus aquários em procura de outros por um ilimitado número de razões. Na verdade, um texto escrito para justificar aqueles líderes de igrejas que recebem muitas pessoas de outras igrejas.

Talvez até pra aliviar o peso sobre os crentes que, ao enfrentarem problemas e dificuldades com seus líderes, preferem o caminho da transferência para outra igreja; mudam de igreja, mas continuam com o coração amargurado e cheio de ressentimentos que deveriam ser resolvidos pela terapia da Palavra de Deus, mas a fuga pra outra congregação acaba por postergar o tratamento e, em alguns casos, até inviabiliza-lo.

Mas ao menos o texto aludido serviu para nos ensejar uma reflexão séria sobre o tema: “Pescadores de Aquário”. Ou seja, líderes que sobrevivem dos peixes já pescados, ou das ovelhas já arrebanhadas. Tais líderes se caracterizam, pelo que temos observado ao longo dos anos, por uma série de condutas e traços de identidade, tais como:

1. Têm o foco sempre longe dos perdidos. As palavras de Jesus em João 4:35b ( “...erguei os olhos e vede os campos, pois já branquejam para a ceifa.” ) nada representam pra eles, pois sua preocupação não a urgência da pregação e conquista dos perdidos, mas sim o atrair pessoas que foram alcançadas por outras igrejas.
O problema aí, é que tais líderes perdem o propósito explicitado por Jesus na grande comissão. Mesmo que vociferem a favor dos propósitos de Deus, na verdade os rejeitam pela sua prática ministerial.

2. São preguiçosos e matêem o povo acomodado. Aqui as palavras sagradas menosprezadas são da lavra do apóstolo Paulo em II Timóteo 4:2 “que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina.”
A situação aqui é terrível, pois a grande verdade é que para evangelizar, ganhar os perdidos, é preciso disposição para sair das quatro paredes, romper com a zona de conforto, quebrar os paradigmas do constrangimento e do medo e anunciar. Também é preciso criatividade, coragem e muito esforço. É preciso trabalhar! O líder precisa ir à frente e ganhar almas para Jesus. Muitos pastores nunca levaram a Cristo, pessoalmente, uma pessoa sequer! Optam pelo caminho mais curto, atrair pessoas que já foram alcançadas.

3. São tristes e frustrados no ministério. Também pudera... todos o domingos, se achegam ao púlpito e, lá de cima, olham a congregação e analisam os membros: “aquele veio da igreja tal, teve problemas com o pastor”, “aquela veio da outra igreja “x”, não foi visitada, ou queixa-se falta de atenção, “aquele outro ali, se desentendeu com a liderança daquela outra igreja”. Realmente deve ser frustrante.
A crise aqui nasce daquele sentimento de que, durante o tempo de ministério, o pastor não consegue identificar no santuário, pessoas arrancadas das trevas, do pecado, do mundo. Não podem ver quais foram aqueles que estavam nos braços de Satanás e foram tirados pela ação evangelizadora da igreja. Gente que saiu das seitas espiritualistas, esotéricas ou místicas. Gente que se gastava nas noites, nas drogas e nas orgias. Gente que estava longe da família e dominadas pelo inimigo. Ficar vários anos numa igreja e não poder ver isso, convenhamos, é muito frustrante.

4. São inseguros como líderes e fracos como pregadores. Nunca têm a direção para a igreja. O texto de Amós 3:7 “Certamente, o Senhor Deus não fará coisa alguma, sem primeiro revelar o seu segredo aos seus servos, os profetas.”, nada representa para eles, pois não têm segurança para pregar todo o conselho de Deus.
A tristeza aqui é que o púlpito fica comprometido. Por não conseguirem pescar, se escondem atrás de uma ação pastoral inexistente e teórica. Suas mensagens não reproduções grotescas de sermões outros, de livros ou de improvisos infelizes. Pela misericórdia de Deus pelos perdidos, as vezes logram ser usadas por Deus, mas maior das vezes cumpre o papel litúrgico e só isso.
Terminando
Como puderam ver, os “pescadores de aquário” existem e são assim como colocamos. É claro que nossa lista não é completa apenas com as características mencionadas acima, poderíamos citar muitas outras. Mas essas bastam para que nos convençamos da existência deste tipo de líderes e oremos por eles para que sejam transformados.
Tem sido atribuía a Rubem Alves, educador renomado, a parábola do Eucalipto e do Jequitibá. Aquele, árvore comum e de valor diminuto; este, árvore milenar, robusta e de muito valor. Alves compara os professores aos eucaliptos e os educadores aos Jequitibás. E sentencia: “Nunca um eucalipto se transforma em um Jequitibá; a menos que dentro do eucalipto haja um Jequitibá adormecido.”

Assim também é com os profetas e os sacerdotes. Aqueles, homens a serviço de Deus, comprometidos com os propósitos de Deus, homens corajosos, pescadores de homens! Estes, sacerdotes, homens que trabalham pela manutenção do sistema, estão a serviço da instituição e vivem inseguros com medo de perderem sus empregos.
Nunca um sacerdote vai se transformar em um profeta; a menos que dentro dele, haja um profeta adormecido. Vamos orar para Deus acordar os pescadores de homens adormecidos dentro de muitos líderes de igrejas em nossos dias!




Lécio Dornas

Pastor batista em Salvador-BA

http://leciodornas.blogspot.com/

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

A parada comparada -- Por Luis Sayão

Nos últimos anos a sociedade tem percebido uma crescente visibilidade do movimento gay. Um dos sinais mais marcantes do movimento de raízes estrangeiras é o que tem sido chamado de Parada Gay.

Tais manifestações públicas que gastam o meu e o seu dinheiro, pois recursos do estado são gastos em função da passeata, já se tornaram rotina. Em São Paulo, recentemente, foi divulgado que quase três milhões de pessoas participaram do evento.

É difícil imaginar que quase 30% da cidade estivesse presente ali. Sem falar do fato de que a Avenida Paulista tem um movimento diário normal de um milhão de pessoas!

O que nos surpreende é o tom exageradamente positivo dos meios de comunicação. A pergunta que surge diante de tal visibilidade é simples: Qual é a razão disso? Qual é a função ou a razão de ser de tal parada?

Confesso que não entendo! Isso me faz lembrar da história de uma imigrante chinesa que chegou ao Brasil há cerca de quarenta anos. Ela foi levada a uma festa junina e, sem saber do que se tratava, viu um casal dançando quadrilha com as roupas esfarrapadas.

Sem entender o que se passava, a moça estrangeira pensou que aquilo era um casamento. Assustada, imaginou: “Que país mais estranho! Nunca vi uma noiva tão feia!” Sou obrigado a expressar minha consternação: Essa parada é uma grande charada! Não dá para entender nada!

É claro que já posso ouvir os argumentos de muitos: “A parada é uma celebração da diversidade. É a valorização da opção diversificada.” Mas minha mente prossegue apurada, sem entender a parada! Interpretá-la já é uma parada!

Se a parada fosse um movimento em favor da diversidade sexual, por exemplo, teria sido muito diferente. Eu esperaria ver um “grupo de polígamos”, um “grupo de mulheres adeptas da poliandria”, “um grupo de castos”, “um grupo de casais heterossexuais que fizeram bodas de ouro” (são minoria hoje), “um grupo de sacerdotes católicos virgens” (é uma opção sexual).

E ainda poderíamos imaginar o grupo dos divorciados, dos monogâmicos restritos, dos pansexuais e até dos zoófilos! Não é assim com a parada; a parada é monotônica. Não tem nada de diversidade.

É uma parada separada! Não propõe a inclusão dos diferentes! Ao contemplar algumas poucas cenas da referida parada, pude ver pela televisão cenas que, pela lei, seriam censuradas. A liberdade exagerda dos participantes torna inútil até mesmo o conceito de atentado ao pudor.

Será que em vez de diversidade, aparada procura celebrar o sexo, à semelhança dos antigos gregos e romanos!? Mas por que gastar dinheiro público com isso? Se a questão é sexualidade, não deveria ser diversificada? Democraticamente votada?

A verdade é que a parada, em outros tempos censurada, parece aos mais velhos um tanto tarada. Algumas das suas cenas públicas, emtempos antigos, custariam algumas varadas, pois seus participantes numa euforia detourada deixariam a multidão corada.

Pode ser, porém, que a parada tenha outro significado. Poderia tratar-se da celebração de um grupo rejeitado pela sociedade, que nasceu assim e precisa ser incluído.

O foco da discussão seria essencialmente genético. No entanto, mais uma vez, creio que a parada precisa ser comparada. Essa parada parece um tanto murada, sem dar espaços às multidões de gente discriminada!

Entre muitas possibilidades podemos destacar os obesos, os portadores de deficiência e as minorias raciais! Para minha surpresa, a parada não contemplou muita gente que precisaria ser curada, socialmente amparada.

Mais uma vez, preciso dizer que a parada nada teve de dourada, pois permaneceu intencionalmente separada. Diante do discurso solo da parada, que optou por ser separada e até mesmo murada, é preciso dar uma boa reparada.

Afinal, o que o movimento da parada quer e exige! A preocupação de grande parte da sociedade civil com o movimento hoje não temnada a ver com a sexualidade dos seus participantes. O problema está na convivência dos mesmos com grupos diferentes!

Avaliemos a situação. O movimento gay, que deve ser separado dos diversos indivíduos que convivemcom a homossexualidade, parece pretender ampliar sua voz solo e calar todos os que pensam diferentemente de seus adeptos. Imagine o argumento pró-gay aplicado a outros grupos: vejamos o caso das pessoas obesas.

Podemos argumentar que algumas são assim por opção e outras por razões genéticas. Mas imagine o que seria se nunca mais sepudesse questionar a obesidade? Imagine se ensinássemos a quem tem tendência a obesidade a desenvolvê-la sem aceitar quaisquer críticas!

Por que um homossexual é melhor do que um obeso? A homossexualidade não pode tornar-se uma obrigação. Ficamos assustados quando vemos religiosos presos em alguns países por interpretarem a homossexualidade de modo diferente.

Em Massachussets (EUA), crianças participam de aulas que induzem à homossexualidade, e tudo com dinheiro público! O narcisismo domovimento desconsidera outras opiniões e valores. Caminhamos na direção de um lobby que quer punir quem pensa diferente.

É o fim da liberdade de expressão! Creio que não demora o tempo quando um homossexual que deseja despertar “seu lado heterossexual" e “reprimir sua homossexualidade” seja punido pela lei! O problema mais sério é que o movimento gay parece pretender que os homossexuais sejam cidadãos com direitos especiais, acima dos demais mortais.

Além do fato de que não há dúvida de que se isso se confirmar, muita gente “se dirá homossexual"só para ter vantagens. Um exemplo prático é o caso da aposentadoria no Brasil! Imagine se um homossexual masculino consegue aposentar-se cinco anos antes (privilégiofeminino no Brasil)!

Estou certo de que “muitos malandros tupiniquins” farão de tudo para conseguir “seus direitos”. Diante do fato do movimento gay não ter sequer considerado o respeito aos judeus ortodoxos de Jerusalém recentemente, a comunidade religiosa deve mobilizar-se, pois, em breve, padres, rabinos, monges e pastores serão presos por lerem textos bíblicos em seus cultos.

Até a Bíblia corre o risco de ser confiscada. Nossa sociedade democrática e pluralizada precisa respeitar os limites dos outros. O movimento gay, ainda que discordemos de seus pressupostos e práticas, tem o direito de agir como entender em seus limites, mas jamais poderá impôr uma ditadura intolerante para outras pessoas.

Tanto o gay como o religioso tem valor por serem pessoas, e não por suas particularidades. A verdade é que o movimento da parada pode ser uma grande furada, pois cheira a atitude revoltada.

Se o movimento da parada murada quiser transformar nosso povo em gente azarada, com sua liberdade refreada, está na hora depropormos uma virada. Não se esqueça de dar uma boa comparada entre as idéias do movimento com a Palavra que deixa a vida de quem a recebe plenamente sarada: “Meus irmãos, como crentes em nosso glorioso Senhor Jesus Cristo, não façam diferença entre as pessoas, tratando-as com parcialidade.” (Tg 2.1)


Por Pr. Luis Sayão

fonte:http://www.ievca.com.br/index.php?view=article&catid=60%3Apastorais&id=326%3Aa-parada-comparada-por-luis-sayao&option=com_content&Itemid=69

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Cada um é livre pra fazer o que quer

Há pouco tempo atrás, em um programa de televisão que recebe a opinião dos ouvintes para decidir o seu final, uma pessoa disse o seguinte: “Cada um é livre para fazer o que quer”.

A frase encerra uma declaração que deve ser analisada. Realmente, cada pessoa é livre para fazer o que deseja. O ser humano é dotado de capacidade de pensar e tomar decisões. É responsável pelos seus atos. Não se pode impor a alguém uma religião ou uma ideologia, por exemplo. Pais escrupulosos nunca imporão a seus filhos uma profissão, também. A vocação e as habilidades das pessoas devem ser respeitadas. Neste sentido, a frase tem muita razão. Cada um faz o que quer de sua vida, sendo por isso responsável. Assim, neste sentido, a liberdade é plena.

Mas nem sempre somos livres para fazermos o que queremos. Gostaria de passar minhas férias em Paris, mas não posso. Gostaria de ter uma Mercedes 09, mas não posso. Neste sentido, não somos livres para fazer o que queremos. Querer não é poder. Podemos querer coisas que não podemos ter.

Há coisas que não apenas não podemos fazer, mas nem mesmo devemos fazer. Um homem pode desejar ter todas as mulheres do mundo, mas ficará apenas no sonho. Alguém comentou que Deus é muito mal humorado porque boa parte dos dez mandamentos começa com um não. São proibições de coisas boas que gostaríamos de fazer. Por isso diz uma música popular que “tudo que eu gosto é ilegal, imoral ou engorda”. As coisas boas são proibidas. Deveríamos poder fazer e ter todas as coisas que gostaríamos. Abaixo as leis, abaixo os conceitos moralistas, abaixo as religiões com suas regrinhas, abaixo o moralismo de fachada. Viva a anarquia, vivam os desejos, vamos fazer o que queremos fazer e chega de conversa.

Mas isso funciona? Foi por querer a mulher de Urias que o rei Davi planejou a sua morte. Fez o que quis: adulterou e idealizou um assassinato. Mas pagou um preço muito alto pelo que fez. Pode-se fazer o que se quer ou é necessário ter regras? Liberdade é o direito de fazer o que se quer? O que uma pessoa quer e pensa ser seu direito pode ser a transgressão do direito de outra.

Quando Deus colocou tantos nãos nos dez mandamentos não foi por ser mal-humorado, mas por saber que somos maus e que somos pecadores. Estamos tão acostumados com o conceito humanista de que o homem é bom, que não nos damos conta da incoerência desta declaração. Se o homem é bom, por que a maldade e tantas desgraças? Dizer que ele é bom e que a sociedade o corrompe é uma falácia. A sociedade não é pau ou pedra. É gente. Se ela é má é porque as pessoas são más. Foi isso que Davi tinha em mente, quando, arrependido do que fez com Urias, escreveu no Salmo 51: “Eu nasci em iniqüidade”. Com isso ele estava falando do que os teólogos chamam de “depravação, a capacidade inata no ser humano de buscar o mal”. O homem não é bom. É pecador. Como bem disse Billy Graham: “O homem é exatamente aquilo que a Bíblia diz que ele é”.

Por ser pecador, o homem não pode fazer o que deseja, pensando que assim é livre. Disse o apóstolo Paulo: “O bem que quero, esse não faço; o mal que não quero, esse eu faço”. Quando queremos fazer o que desejamos, seguindo nossos instintos e paixões, não nos elevamos, mas nos rebaixamos. Deixamos o nível da racionalidade, da capacidade de fazer leis e princípios que orientam nossa vida, e nos tornamos como os irracionais, que não têm capacidade mental e seguem o instinto. E nos damos mal.

Fazer o que se quer não é ser livre. É ser escravo. Dos instintos. De uma natureza corrompida. Por isso Jesus disse que “todo aquele que comete pecado é escravo do pecado”. Não somos livres quando fazemos o que queremos e tampouco regras e princípios são um par de algemas. Imaginemos um trem que quisesse trafegar fora dos trilhos para poder ser livre. Saísse dos trilhos e entrasse pelo gramado, cheio de flores, de sombra, alegre e festivo. Ele afundaria, com seu peso. Há um lugar para ele transitar e fora deste lugar ele se imobiliza.

A verdadeira liberdade não é o direito de se fazer o que se quer. O pensador cristão Elton Trueblood disse, em um de seus livros, A Vida Que Prezamos, que “liberdade não é liberdade para, mas liberdade de”. Ou seja, somos livres não para fazermos o que queremos, mas somos livres de alguma coisa.

Jesus também ilustrou isto muito bem em outra palavra sua: “Se o Filho vos libertar, sereis verdadeiramente livres”. Liberdade é a capacidade de poder gerir a sua vida. É a capacidade de viver sem ser escravo de vícios, de paixões vis, de drogas, da ansiedade, do medo do futuro. Desde quando uma pessoa escrava de um pedaço de papel com mato dentro, um cigarro, é livre? Desde quando alguém que não consegue livrar-se de uma garrafa é livre? Livre é a pessoa que pode dizer: “Isto me faz bem e eu aceito. Tenho forças para fazê-lo, mesmo não gostando”. É assim que tomamos injeção. Livre é a pessoa que pode dizer: “Isto é agradável, mas me trará más conseqüências. É agradável, mas tenho a capacidade de rejeitar”. Liberdade é o direito de saber usar bem a vida, de saber discernir entre o que se deve e o que não se deve.

Voltemos à palavra de Jesus: “Se o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres”. Ele dá discernimento espiritual e moral para sabermos o que buscar e o que evitar. Ele dá poder para vencer o que é agradável mas daninho. Ele torna a pessoa livre. Muita gente censura os evangélicos dizendo que são escravos, que não podem fazer uma porção de coisas. Não é que não podemos. É que não as queremos. Não significam nada para nós. Volto à questão do cigarro: que coisa ridícula um adulto chupando sofregamente um mal cheiroso invólucro de papel com mato dentro, sem poder parar de fazê-lo, embora muitas vezes tenha planejado e desejado fazê-lo. Coisa triste um bêbedo, caído pela sarjeta, escravo do álcool. Coisa deprimente e triste, um casal se separando, com os filhos prejudicados, por causa da infidelidade conjugal de uma das partes.

Não somos escravos nem vivemos debaixo de regrinhas. Vivemos na liberdade que Cristo nos deu. Ele abriu nossos olhos e capacitou nossa vida para lutarmos contra o mal que desgraça e pelo bem que exalta.

Convidamos você a ser livre. Você pode ser livre. Pode deixar de fazer o que está lhe prejudicando e passar a fazer o bem que sabe que deve fazer. De verdade. Basta confiar em Cristo, fazendo dele seu Senhor, cedendo-lhe sua vida, confiando-lhe a direção do seu viver. Fazendo assim você descobrirá o que Jesus quis dizer com “e conhecereis a verdade e verdade vos libertará”. Jesus é a verdade que liberta. O resto é mentira. Seja livre. Assuma um compromisso com Cristo.




Por
Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

Fonte:
http://www.isaltinogomes.com/2009/11/cada-um-e-livre-para-fazer-o-que-quer/

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Eu amo o Seminário do Sul

O Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil tem uma das páginas mais densas da história dos batistas brasileiros fundada pelos batistas do sul dos EUA em 1908, é a instituição de ensino teológico, mais conceituada da America Latina. Boa parte do ministério batista foi formado em suas salas, uma vez que esta Casa já entregou à Denominação, desde 1916, quando graduou seus primeiros cinco alunos, mais de 3.000 diplomados em Teologia, em Música Sacra, em Educação Cristã e em Pedagogia. Por seus bancos e por suas cátedras passaram notáveis nomes. Nas estantes de suas bibliotecas encontra-se parte da melhor bibliografia brasileira teológica contemporânea. Nos seus arquivos estão manuscritos, documentos, objetos e fotografias indispensáveis à produção de uma história do movimento evangélico neste país.



Um lugar onde se aprende a ora, pesquisar e liderar!

Venha aprofundar seus conhecimentos teológicos no Seminário do Sul